Olá! :)



segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Sim, as Coisas me Comovem


"Eu me sinto às vezes tão frágil, queria me debruçar em alguém, em alguma coisa. Alguma segurança. Invento historinhas para mim mesmo, o tempo todo, me conformo, me dou força. Mas a sensação de estar sozinho não me larga. Algumas paranóias, mas nada de grave. O que incomoda é esta fragilidade, essa aceitação, esse contentar-se com quase nada. Estou todo sensível, as coisas me comovem."



Caio Fernando Abreu

 
 
Obs. Rô Cecim, vi esse texto no seu blog e me encantei, simples assim. Obrigada, Rô, obrigada, Caio Abreu.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

'Cause every little thing is gonna be all right



E sempre tem aquela, ou aquelas pessoas, pela qual você sempre nutrirá um grande carinho.
Às vezes, você faz coisas e magoa alguém e se magoa. E você fica se odiando. Você não quer ver a pessoa, não sabe bem o porquê, mas não quer. Dói quando se lembra e aí, você finge que nada aconteceu e tenta mudar o rumo dos seus pensamentos.
Depois de um tempo, muito ou pouco, geralmente muito, você se cansa. Na verdade, você se perdoa. Sabe que sempre sentiu falta da pessoa, mas como passava muito tempo tentando fugir de si mesmo essa saudade nunca foi muito clara. De vez em quando você tem ímpetos de ligar pra ela, perguntar como esta...Mas ainda tem medo. De quê? Ora, medo de fazer tudo errado de novo. Ou talvez, você não tenha se perdoado inteiramente. Bom, mas o importante é que devagar você volta a conversar com a pessoa e se diverte e
se descontrai como nos velhos tempos. E fica o carinho, o querer bem e, aos poucos, o estar bem.
E tudo fica mais calmo dentro de nós, finalmente.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A Balada de Mulan


1. A convocação


Um suspiro e outro suspiro,
Mulan tece de fronte à porta.
Não se ouve o som da lançadeira,
Não se ouvem os suspiros da filha.
Perguntam o que está no seu coração,
Perguntam o que está no seu pensamento,
“Não há nada em meu coração,
Não há nada em minha mente.
Noite passada eu vi os anúncios para o recrutamento,
O Khan está convocando muitas tropas,
A lista do exército está escrita em doze rolos,
Em todos eles aparece o nome do meu pai.


2. O aprestamento


Meu pai não tem nenhum filho crescido,
Mulan não tem nenhum irmão mais velho.
(Então) eu irei comprar uma sela e um cavalo,
E servirei o exército no lugar de meu pai.”
No mercado leste ela comprou um cavalo de porte,
No mercado oeste ela comprou uma boa sela,
No mercado sul ela comprou um bom freio,
No mercado norte ela comprou um longo chicote.

3. Mulan deixa sua casa e sua família

Ao amanhecer ela deixou seu pai e sua mãe,
Ao anoitecer ela chegou ao acampamento nos bancos do rio Amarelo.
Ela já não ouve mais o chamado de seu pai e sua mãe,

Ela ouve apenas o rumor da corrente do rio Amarelo.
Ao amanhecer ela deixa o rio Amarelo,
Ao anoitecer ela chega à montanha Hei.
Ela já não ouve o chamado de seu pai e sua mãe,
Ela ouve apenas o relinchar dos cavalos nômades do monte Yen.


4. A marcha da guerra


Ela avançou des mil milhas por causa da guerra,
Ela passou voando por desfiladeiros e montanhas
As rajadas do vento norte traziam o rufar do metal,
As luzes frias brilhavam nas armaduras de ferro.
Generais pereceram numa centena de batalhas,
Soldados enrijecidos retornaram após dez anos.


5. Mulan declina das honras militares


Ao retornar ela vê o imperador,
Ele estava sentado numa sala suntuosa.
O imperador concedeu promoções em doze categorias,
E premiou centenas de milhares.
O Khan perguntou o que ela desejava.
“Mulan não tem interesse em postos oficiais.
Eu desejo apenas uma montaria veloz
Que me leve de volta ao lar.”


6. Mulan retorna para sua casa e sua família


Quando o pai e a mãe ouvem que a filha está voltando
Dirigem-se para fora dos muros da casa, apoiando-se um no outro.
Quando a irmã mais velha ouve que a irmã mais nova está voltando
Arruma a maquiagem e coloca-se defronte à porta.
Quando o irmão mais novo ouve que a irmã mais nova está voltando
Afia sua faca e prepara o leitão e o cordeiro.

7. Mulan revela o seu segredo

“Eu abro a porta do quarto leste,
E sento-me na minha cama na sala oeste,
Eu tiro minha armadura de guerra

E visto meus trajes de antigamente.”
Defronte ao espelho ela penteia seus cabelos de nuvem,
Segurando o espelho, ela enfeita-se com flores
Ela abre a porta e se apresenta diante dos seus companheiros
Eles ficam todos surpresos e perplexos.
Pois viajaram juntos por doze anos
E não sabiam que Mulan era uma garota
8. Moral da história

“As patas do coelho pulam mais,
Os olhos da coelha são mais estreitos,
Mas dois coelhos correndo lado a lado junto ao chão, não se pode distinguir
E assim quem poderia dizer se eu era um rapaz ou uma garota?”


A Balada de Mulan é uma canção folclórica chinesa do século V, que as crianças conhecem de cor. Em 1998, a Disney lançou a animação Mulan, tornando a história mundialmente conhecida.
O poema inspira edificantes sentimentos de lealdade, coragem e piedade filial. A heroína Mulan, cujo nome significa orquídea, rouba o protagonismo do herói e desarticula uma idéia de honra exclusivamente militar e masculina. Ao final, ela retorna para casa e para o convívio com os pais, realizando assim o grande ideal chinês de paz.
Extraído do site : www.lendo.org

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

E eu não precisava de mais nada


Uma vez, quando eu era criança, uns seis anos no máximo, um menino que só fazia me irritar na escola aprontou mais uma das suas e a 'tia' colocou- nos de castigo.
Lembro-me que me senti tão traída pela professora, eu tinha certeza de que ela sabia que eu nada havia feito e que a culpa era toda dele. Tentei me explicar, falei, argumentei, fiz tudo que poderia para que ela não me colocasse de castigo. Nada adiantou. Castigo para os dois.
Dando-me por vencida, comecei a chorar. Eu chorava não pelo castigo em sim, mas por não ter tido culpa de nada e ainda ter levado bronca. Sentada em um dos cantos do pátio, cumprindo minha sentença, uma amiga (minha melhor amiga na época) sentou-se ao meu lado. Me olhou fundo nos olhos e pôs- se a chorar.
Eu, intrigada, ainda entre lágrimas, perguntei a ela o porquê de seu pranto. Ela, com seus olhinhos marejados, agora tão parecidos com os meus, me olhou profundamente e disse: "Eu tô chorando porque você tá chorando".
Hoje, mais de doze anos depois, ainda me lembro claramente da expressão dela. Um olhar de quem esta fazendo tudo o que pode para ajudar, um olhar de auxílio, de cumplicidade.
Nunca, em toda a minha vida, me senti tão amparada e reconfortada por alguém. Nunca.


Ah, mas me dá um aperto no coração, uma angústia quando vejo alguém chorando!
Quero chorar junto, entretanto, procuro parecer forte.
Tenho ímpetos de abraçar, acalentar e dizer algo que realmente ajudará a pessoa. Mas eu travo. Simplesmente não consigo me mover.
Penso que talvez a pessoa ali em prantos não queira o meu abraço, ou então que se ache forte demais para ser acalentada ou ainda, que minhas palavras soarão falsas e causem um efeito negativo.
Me dói, me faz sofrer junto. Essas lágrimas de desespero, de tristeza, ainda acabam comigo.
Me cobro, me perturbo e amaldiçoo quem a fez chorar. Tudo isso nos meus pensamentos.
Queria coragem, queria agir sem raciocinar, correr logo ao encontro da pessoa e fazer cessar as lágrimas. Ou, mesmo que continuem, que tragam alívio de alguma maneira.
Portanto, se chorardes quando eu estiver por perto, mesmo que eu não corra até você de braços abertos, saiba que em meu íntimo eu o fiz e que, por dentro, estarei em uma luta épica contra mim mesma. Se chorar e eu estiver ao seu lado, corra até mim e não tenha medo, chore mais e espere que eu te ajude. Eu irei, ainda não sei como, mas irei te ajudar. Mesmo que a única coisa que eu consiga fazer no momento seja chorar chorar com você.