Acordou com um sentimento diferente. O ambiente estava mudado. Até mesmo os cheiros se encontravam distintos dos de costume. O sentimento que nutria naquele momento a deixava leve, tão suave quanto a folha da árvore que em dias mais frios iniciam um processo de desprendimento e desapego, se soltando da árvore sutilmente (e há quem diga, até com certa elegância), vão dançando e caindo até chegar ao solo. Sentia-se forte, com opiniões e valores inabaláveis, como se apenas por seu simples desejo coisas pudessem acontecer. Queria levantar da cama e caminhar, andar por aí esbarrando em estranhos, acenando para conhecidos. Tinha vontade de gritar para quem quisesse ouvir que tinhas o mundo em suas mãos e que nada a poderia deter. Desejava escrever, viajar, cantar, abraçar, conhecer, explorar, chorar e rir, tudo incrivelmente ao mesmo tempo. Era como se depois de anos na clausura e escuridão, depois de muito tempo vendada, pudesse finalmente enxergar o universo que a cercava. O Universo era algo que a fascinava, com todos seus elementos, sistemas e mistérios. Adorava mistérios; ficar imaginando o que se esconde por trás de cada sorriso, cada olhar, o que faz as pessoas felizes. Gostava mais dos mistérios sem resposta, porque daí não existiria uma resposta errada e ela poderia imaginar o que quisesse. Naquele dia achou que poderia responder a qualquer pergunta. Não conseguia entender o que a fazia se sentir daquele jeito, mas gostava. O sol nascia, o horizonte começava a clarear , as coisas começavam a tomar forma definida. A grama, as árvores, os pássaros, o lago, o vale, o mundo – o pequeno pedaço do todo que possuía. Sorriu, e de olhos bem abertos agradeceu ao universo. As coisas mais lindas poderiam ser vistas a qualquer momento, bastava prestar atenção no que havia em volta. Coisas boas podem acontecer. Emoções positivas a habitavam naquele dia. Sabia que seus desejos se tornariam fatos. Agora com o sol iluminando o campo por completo,tinha certeza de que seus Sonhos poderiam ser sentidos, visto e tocados. O utópico poderia ser real se assim quisesse. O mundo lhe pertencia, o mundo era ela.

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